terça-feira, 10 de junho de 2008

A Manipulação

Todos os políticos que estão no poder são mestres da manipulação. Quer dizer, pelo menos os assessores desses políticos são artistas nessa arte.

Há dois tipos de manipulação, a que escolhemos apenas uma parte da realidade e apenas divulgamos essa realidade que nos interessa ou então a que alteramos, fabricamos e mentimos sobre algo de forma a conseguirmos o nosso objectivo.

Na política é o segundo tipo de manipulação que impera. No entanto, a verdade é que vale tudo para ter a opinião pública a favor e quando as coisas correm bem a relação com os jornalistas é a melhor do mundo mas quando os jornalistas transmitem para a opinião pública algo que não sirva os interesses do político as acusações aos órgãos de comunicação social sucedem-se umas atrás das outras. Portanto, os jornalistas como intermediários entre o protagonista e o público são um elemento importantíssimo na comunicação entre eles.

Na teoria, a manipulação é um recurso à comunicação de crise mas na prática o esquema é o contrário, ou seja, os conselheiros dos protagonistas recorrem sempre à manipulação (spinning) e só em última instância é que se baseiam na comunicação de crise.
O filme "Manobras da Casa Branca" exemplifica um "realidade" manipulada.
Para fazer desaparecer as notícias do escândalo sexual em que o presidente estava envolvido, o estratega (spin doctor) do presidente criou, ou melhor, ficcionou uma guerra com a Albânia e num ápice as notícias sobre o escândalo sexual desapareceram.

A Campanha Negativa

A campanha negativa actualmente é um conceito que tem de entrar na campanha de todos os políticos que se queiram candidatar a algum cargo.
Este tipo de campanha consiste em acusações constantes entre os candidatos ao mesmo lugar, onde o ponto máximo é a criação ou o aproveitamento de rumores para arruinar a imagem do adversário. Porém, só isso não garante a vitória. Recorde-se que em Portugal, nas últimas eleições legislativas, o candidato a primeiro-ministro do PSD, Santana Lopes, aproveitou o rumor sobre a suposta homossexualidade do adversário do PS, José Sócrates, mas nem isso lhe valeu a vitória pois, como o tiro lhe saíu pela colatra, José Sócrates não só o derrotou como venceu as eleições por maioria absoluta.
Na campanha negativa também deixa-se de lado o "politicamente correcto" em troca de insultos entre os candidatos por vezes demasaiados agressivos para uma camapanha eleitoral.
Em "Os Homens do Presidente" a campanha para a sucessão de Jed Bartlett é muito negativa.
São os assessores que lideram toda a campanha dos candidatos para quem trabalham e por vezes, os protagonistas funcionam como autêntico bonecos dos assessores.
A campanha negativa raramente é iniciativa dos protagonistas mas tudo vale para vencer.
No episódio "The Al Smith Dinner", o candidato Matt Santos questiona um assessor sobre a forma de vencer o adversário, Vinnick: "Como será o debate se tiver de o destruir para vencer?"
No entanto, foi lançada nas televisões uma campanha contra Matt Santos e onde obviamente este perdia popularidade. Sem se saber quem eram os criadores da campanha, os assessores de Santos deduziram que a autoria teria sido da equipa do Vinnick e daí retira-se a frase de Josh (director de campanha de Santos): "Ou tiram o anúncio do ar ou a diplomacia acaba aqui".
Logo, daqui conclui-se que é impossível haver diplomacia entre dois candidatos numas eleições.
Após o anúncio, Santos afirma: "Vamos atacá-lo e com toda a força". O ataque a que Santos se referia era um ataque pessoal a Vinnick. Portanto, com a campanha negativa não são só as ideias políticas que estão em confronto, a vida pessoal está sempre a ser "assaltada".
Frase do assessor de Vinnick: "Sim ganhamos, mas com batota". As eleições são um autêntico combate de vale tudo.
Matt Santos afirma a Leo aquilo que tenho tentado dizer anteriormente: "Os anúncios negativos resultam".
São os assessores que organizam as estratégias e não o protagonista, como também já referi. Vinnick não apoia o anúncio negativo contra Santos que lhe dá uma boa vantagem e por ser demasiado "leve" irá perder as eleições (tal como o caso da mala, em que Vinnick não quis usar as informações estrondosas que tinham lá dentro sobre um filho ilegítimo, num episódio que vimos no primeiro semestre).
Diálogo entre Santos e Vinnick:
Santos - Se quer uma campanha dura vai ter.
Vinnick - Eu não comecei isto.
Santos - Não, foi o seu exército.
O "Bóris" é outro exemplo de que a campanha negativa é essencial para se ganhar as eleições. Só quando Boris Ieltsin decidiu fazer camapnha negativa contra o adversário é que começou a subir nas sondagens até vencer as eleições.

A mentira na política

Qual o político que nunca mentiu ao público? Qual o assessor que nunca mentiu ao jornalista?
Pois bem, a verdade é que a mentira é algo incorporado e que nunca irá ser retirado da política.
Aliás, a mentira nasce logo após uma pessoa ter cobertura mediática. A tentação de tentar agradar a toda a gente ou então a um determinado tipo de público faz com que um político se torne em algo que não é.
A isto se chama marketing político. Como o professor afirma, há quem não goste da expressão porque dá a ideia de que se está a vender políticos mas na verdade é mesmo isso que acontece.
Por outras palavras, os políticos fazem tudo para serem comprados pelo público.
O marketing político permite a uma pessoa construir uma imagem que não é a sua. Se o político for realmente bom, então só ganha com isso mas caso seja mau, então mais tarde a verdade virá ao de cima e dificilmente conseguirá voltará a ter sucesso.
Os políticos com o marketing político criam imagens de marca. Por exemplo, Paulo Portas, do CDS-PP, é conhecido por andar pelas feiras principalmente durante as eleições. A realidade é que por muito absurda que a situação seja, já faz parte da identidade política dele e também do partido político ao qual pertence, Partido Popular.
Nos "Homens do Presidente" acontece o mesmo. A campanha para a sucessão de Jed Bartlett é exemplo disso. Cada candidato tenta adaptar o seu discurso a determinado público-alvo, os discursos que fazem contém frases curtas que possam servir de destaque na comunicação social (soundbite) que dessa forma chegarão de forma positiva ao público a que as mensagens se destinam.
No filme "Bóris", com base nas sondagens, descobriu-se que para Boris Ieltsin ter mais sucesso nos seus discursos, teria de sorrir mais. Ou seja, ele teve de adoptar uma postura que não era sua para agradar aos eleitores. Assim, com marketing político, soundbites e campanha negativa (é o próximo tópico do relatório) conseguiu vencer as eleições na Rússia.
A resposta às questões colocadas anteriormente é que na política tudo vale para se atingirem os objectivos que são delineados.

A sondagem está sempre presente

As sondagens têm um valor incalculável na política de um governo. Esses estudos são os únicos que permitem a um político antecipar a reacção do público a determinada política que queira adoptar. Assim, ele fica a saber se a ideia será bem aceite ou não e pode-se precaver de possíveis situações desagradáveis, antecipando-se às reacções do povo.
No entanto, as sondagens para serem de confiança e terem rigor dependem de diversos factores: a forma como o questionário é construído, a forma como a amostra é escolhida (focus group) e a forma como os resultados são analisados.
A sondagem também funciona como um instrumento de gestão porque através dos resultados sabe-se se determinada política é a ideal para ser adoptada.
Em "Os Homens do Presidente" as sondagens estão sempre presentes pois é através dos resultados que o governo conhece os índices de popularidade em que se encontram perante os cidadãos. Por exemplo, quando Bartlett dá a entrevista na televisão a afirmar que sofre de esclerose múltipla, que o escondeu durante muito tempo e com isso acabou por enganar os americanos, estavam a ser feitas sondagens para se saber se a popularidade tinha tido uma queda muito grande em relação ao período antes da entrevista.
No filme "Bóris" à medida que o filme avançava iam aparecendo os resultados das sondagens até à altura. É por elas que os assessores dos políticos se guiam para saber o que está bem e o que não e o que se deve mudar e o que não se deve mudar na estratégia de comunicação com os órgãos de comunicação social e estes posteriormente com o público.

A falta de notícias pode ser um problema

No episódio "Slow News Days", CJ está preocupada por não ter notícias para dar à comunicação social.

Quando isso acontece é mau porque os jornalistas quando não estão ocupados com alguma coisa procuram investigar à procura de um destaque para o media em que trabalham. É desta forma que as crises começam porque os jornalistas não descansam enquanto não encontrarem algo "explosivo".

Portanto é sempre importante dar informação aos jornalistas nem que para isso se tenha que criar e inventar factos.

O que se vê na ficção é o que acontece na realidade. Por diversas vezes, os assessores dos protagonistas lançam mentiras, muitas vezes através de fugas de informação propositadas, para os jornalistas não vasculharem a nada que possa comprometer o protagonista.

A participação da assessoria nas estratégias de comunicação

Os assessores do protagonista pensam nas soluções para as crises de forma pormenorizada. Para isso, eles têm de estar a par de tudo o que se passe com a pessoa para quem trabalhem e muito provavelmente tem de haver partilha de segredos entre o protagonista e o assessor. Por essa razão, os assessores têm de ser pessoas da absoluta confiança do protagonista.
Os assessores são o suporte do protagonista e são eles que preparam todo o caminho que o protagonista percorre.

No episódio "Th and Poto Mac", perante uma sucessão de crises, os assessores planearam ao pormenor todas as soluções para as situações negativas.

Por exemplo, a entrevista que o presidente Bartlett ia dar para escarecer que tinha esclerose múltipla foi toda pwnsada ao pormenor. O local da entrevista, o dia, a companhia que o presidente teria à beira durante a entrevista e a linguagem a utilizar visto que se falassem de termos médicos muito específicos, o povo americano perderiao interesse na entrevista porque não iria perceber o conteúdo. Para além disso, os assessores preocuparam-se também em tentar escolher o entrevistador.

Portanto, por este exemplo do episódio de "Os Homens do Presidente" apercebe-se que os assessores são a parte mais activa no processo de solução de um problema.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A sucessão de crises

Por vezes, os protagonistas têm de lidar com várias crises ao mesmo tempo. Esta situação pode originar uma falha na resposta à crises porque com tantas para resolver, os estrategas na resolução de crises podem não conseguir dar o 100% em todas elas.
Bem, o episódio "Th and Poto Mac" consiste numa sucessão de crises para o presidente Bartlett.
Os assessores do presidente tentam controlar a divulgação do problema de esclerose múltipla que ele sofre, o presidente do Haiti, que é apoiado pelos EUA, pediu ajuda aos americanos visto que é refém das milícias que invadiram a embaixada dos Estados Unidos no Haiti, e descobriu-se que a primeira-dama, durante as eleições, violou a ética de 3 estados americanos para tratar o marido.
Neste caso, enquanto que a entevista do presidente Bartlett estava a ser prepararada ao pormenor, a situação no Haiti estava a piorar e os assessores não estavam a conseguir arranjar solução para a crise.
A verdade é que como em tudo, também na solução das crises há um grau de importância em cada uma delas. Por muito que a situação no Haiti fosse prejudicial para os americanos, a entrevista de Bartlett era muito mais importante porque caso corresse mal provavelmente são se iria recandidatar à presidência dos Estados Unidos da América.